5 modelos de redação do Encceja nota 10

A redação do Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) costuma ser uma parte temida da prova por apresentar características específicas e seguir o estilo de redação do Enem.

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Pensando em ajudar quem está se preparando para o exame e está em busca de mais informações, o EaD.com selecionou alguns modelos de redações que tiraram nota 10 no exame como uma forma de inspiração.

Confira a seguir tudo o que você precisa saber para se dar bem na redação do Encceja com dicas práticas para escrever um texto com grandes chances de tirar uma boa nota.

Como é a redação do Encceja?

Antes mesmo de conferir os modelos, existem algumas informações importantes para saber sobre a redação do Encceja.

Em resumo, ela segue o modelo dissertativo-argumentativo, aquele mesmo utilizado no Enem.

Isso significa que, em termos de estrutura, o participante deve apresentar um ponto de vista sobre um tema proposto, desenvolver argumentos e concluir com uma proposta de intervenção viável.

Assim, é precis0 ter em mente que a construção das ideias vai acontecer da seguinte forma:

• Introdução: apresentação clara do tema com uma tese bem definida;
• Desenvolvimento: dois parágrafos com argumentos consistentes e exemplos contextualizados;
• Conclusão: proposta de intervenção direta, objetiva e relacionada ao problema discutido.

O segredo, basicamente, está na organização das ideias e no uso de conectivos que garantem a coesão e fluidez entre os parágrafos.

Vale lembrar também que o texto devem ter entre 20 e 30 linhas, segundo as regras do exame.

5 modelos de redações do Encceja nota 10

Nada melhor do que aprender com exemplos práticos, não é mesmo? A seguir, veja modelos de redações que atingiriam nota máxima por contarem com organização, clareza e aderência aos critérios de correção do exame.

Eles estão presentes na Cartilha de Redação do Encceja, um documento divulgado anualmente com as melhores práticas para essa prova.

Modelo de redação 1 – Ensino Fundamental

Charles Fernando Jacon

A alimentação é uma necessidade básica de todo ser-humano, mas o desperdício
de alimentos é um problema. Por isso discute-se o tema do combate ao desperdício de alimentos. Essa problemática deve ser combatida com melhorias nos meios de transporte e com a implantação de cozinhas comunitárias.

Primeiramente, é importante destacar que os meios de transporte são os maiores
responsáveis pelo desperdício de alimentos no Brasil, segundo estudos da Universidade Federal de Goiás. Rodovias em más condições, falta de ferrovias e portos sem manutenção são os maiores responsáveis por isso. Logo fica claro que para a resolução desse problema é preciso investir e diversificar os meios de transporte.

Além disso, outra ação que teria um efeito significante contra o desperdício seria
a implantação de cozinhas comunitárias que aproveitaria alimentos ainda próprios para o consumo. Em um país como o Brasil onde a fome é uma realidade, a distribuição de alimentos com baixo custo é urgente.

Portanto, para que as medidas supracitadas possam ser colocadas em prática
cabe ao Governo Federal investir no desenvolvimento de uma malha viária. E aos governos municipais a implantação e gerenciamento das cozinhas comunitárias, com a arrecadação de alimentos junto aos supermercados e nas distribuidoras de alimentos, afim de preparar e distribuir refeições com custo mais baixo ou mesmo de graça para a população mais carente, reduzindo assim o desperdício e a fome.

Modelo de redação 2 – Ensino Fundamental

Timóteo Bragança Xavier

Um país de variadas cores, facetas e identidades. Um país onde o norte é diferente do sul. Um país onde o respeito pode fazer a diferença. No Brasil, podemos encontrar religiões de diversos tipos e origens, dentre as quais existem as denominadas religiões de matriz africana. É um exemplo para o qual necessitamos promover o respeito e a convivência pacífica, tendo em vista sua posição e relevância na sociedade brasileira.

Religiões de matriz africana são alvo de discriminação e violência, seus integrantes muitas vezes sofrem em locais onde não possuem poder político. Uma demonstração disto foi a morte da ialorixá baiana conhecida como Mãe Gilda. Seu terreiro foi invadido por um grupo de outra religião. Acusada e perseguida, veio a falecer de um infarto fulminante. O episódio deu origem à Lei Federal n. 11.635, de 27 de dezembro 2007, que instituiu o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Claramente, o desrespeito para com
religiões de matriz africana não afeta somente a convivência social, mas pode resultar em causa de morte para cidadãos brasileiros.

Igualmente, este trata-se de um atentado ao direito humano fundamental de
liberdade de crença. A discriminação por motivos religiosos é uma negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, e uma violação ao direito natural do ser humano. Assim, o respeito à religiões de matriz africana é fundamental para a manutenção da garantia universal dos direitos de cada cidadão.

Um ambiente pacífico de convivência e diálogo é necessário, portanto. O Estado
pode promover debates respeitosos a fim de solucionar possíveis atritos entre religiões, e garantir a manifestação e segurança de todos os tipos de fé, mobilizando o apoio popular. Religiões de matriz africana têm sido parte de nossa história, a história de um grande país. Portanto, devem ser respeitadas como tal.

Modelo de redação 3 – Ensino Médio

Kainã Gledson Alves Correa

Infelizmente, vem crescendo a disseminação de notícias falsas no Brasil, sendo
intensificada, principalmente, em época de eleições, como pudemos ver nas eleições presidenciais de 2018 e 2022. É preciso, então, ponderar sobre estratégias de combate às fake news, considerando seu poder destrutivo através das redes sociais, e, também, a capacidade de autocrítica do ser humano deve ser observada.

Primeiramente, deve-se notar a rápida globalização que se deu pelos avanços
tecnológicos com a internet. As redes sociais, que são grandes meios de propagação de informações, deram evidência a variados viéses e opiniões, o que gerou debates populares e interferência científica para comprovar ou descartar certos dados, muitas vezes obtidos de forma errônea. A obra do streaming Netflix “Não Olhe Para Cima”, retrata os impactos gerados pelas inverdades e, inclusive, pela polarização. Trata-se de um dos maiores problemas atuais, que, inquestionavelmente, deverá ser repensado a forma de controle desses dados.

Além disso, o filme ainda reflete outro problema relacionado às fake news, que é
a capacidade de autocrítica do ser humano. Em nosso país, pesquisadores do Instituto Locomotiva relataram que, apesar de 90% da população brasileira ter admitido já ter acreditado em inverdades, 62% confiam em sua capacidade de distinguir tais informações. Assim como na ficção, a realidade demonstra a devastação gerada pela confiança excessiva e a incapacidade de parte da sociedade em ter uma abordagem de pensamento científico.

Conclui-se que, para mitigar os problemas apresentados, órgãos do governo,
como o Ministério da Educação, devem implementar campanhas de conscientização sobre as fake news nas escolas, a fim de reduzir o enviesamento dos jovens. Releva-se, ainda, a importância de ações do governo para pressionar as empresas donas das redes sociais, com penalidades e multas em caso de descumprimento, a controlar e verificar as informações proliferadas pelas plataformas.

Modelo de redação 4 – Ensino Médio

Amanda Bairros Avila

Ao longo da última década o Brasil vem se tornando um dos países com maior
consumo de antidepressivos do mundo, fato que é devido ao número alarmante de doenças mentais generalizadas. Ora, depressão, ansiedade, burnout… não têm classe social, mas é notória sua prevalência na classe trabalhadora.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental está
relacionada à satisfação, felicidade, realização e saúde física do indivíduo, além de sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento coletivo.

Desafortunadamente, não é essa a realidade da massa proletária da
população brasileira. Jornadas exaustivas — duplas e mesmo triplas —, ambientes
insalubres e competitivos, salários que não acompanham o custo de vida, trabalhos repetitivos e falta de perspectiva de futuro são questões centrais na piora da qualidade de vida dos trabalhadores e de sua psiquê. Cansaço, estresse, insatisfação, ansiedade e desesperança são elementos constituintes da rotina do trabalhador no capitalismo.

Diante de tal cenário, cabe ressaltar a necessidade da manutenção e ampliação
dos perseguidos direitos trabalhistas; a fim de garantir a qualidade de vida da
população, urge a redução da jornada de trabalho e o aumento dos salários. Ademais, cabe ao Governo, em todas as suas instâncias, promover também o acesso à saúde mental — por meio de profissionais especializados mas também através de lazer e qualidade de vida — para que o trabalhador atinja uma vida plena e digna, não apenas a subsistência. Trabalhadoras e trabalhadores merecem futuro e dignidade.

Modelo de redação 5 – Ensino Médio

Gabriel Seixas Queiroz

O foco no lucro à qualquer custo traçou para a indústria da moda, ao longo dos
séculos, dois objetivos principais: o aumento nas vendas e a diminuição dos custos de produção. Entretanto, na contemporaneidade do século XXI e seus crescentes desafios climáticos, o desrespeito a preservação ambiental acoplado a essas metas faz delas incabíveis e anacrônicas. Sendo assim, um esforço concentrado para a eliminação da cultura do “fast fashion” na sociedade é urgente.

Primeiramente, a mudança dos materiais e da vida útil das peças de roupa
contribuiu para o aumento do lixo proveniente de tecidos na natureza. No século X VIII, o acontecimento da revolução industrial mudou o mundo em diversos aspectos, um deles foi o “modus operandis” da indústria têxtil, antes focada na manufatura, agora gozava de máquinas cada vez mais velozes. De fato, tal mudança fez a prioridade mudar de qualidade para quantidade. Assim, o acúmulo de roupas passou a ser cada vez maior, com preços menores e uma produção muito excedente. Ao longo dos anos, tamanho acréscimo poluiu todo o globo. Portanto, é fulcral uma intervenção a essa problemática.

Ademais, o estímulo ao consumo exacerbado se nota muito intensamente.
Segundo o filósofo Umberto Eco, “o excesso é a causa dos problemas sociais”.
Contudo, vemos aumentar exponencialmente o número de “influencers” celebridades e formadores de opinião propagando a cultura do “fast fashion” como ideal, com o auxílio de marcas que os patrocinam, eles promovem a compra de coleções novas de duas a quatro vezes ao ano, levando milhões em lucro para essas empresas e ao descarte de milhares de roupas em condições de uso. Dessa forma, a conscientização social é fundamental para findar tal mal.

Portanto, a cultura do “fast fashion” é destrutiva para o meio ambiente e
insustentável dessa maneira. Por fim, cabe aos governos a responsabilidade por
proibir completamente a venda de roupas não feitas por inteiro de material previamente reciclado, e a sociedade civil, escolas e formadores de opinião, a reeducação social a favor do consumo consciente para, assim, preservarmos a natureza e o futuro do planeta.

Dicas práticas para escrever uma redação nota 10 no Encceja

Algumas estratégias podem aumentar significativamente sua pontuação. Veja a seguir algumas delas:

• Usar linguagem formal e objetiva;
• Evitar gírias, clichês e construções ambíguas;
• Procurar exemplos e dados reais para fortalecer seus argumentos;
• Construir uma proposta de intervenção que seja concreta, viável e relacionada ao tema;
• Revisar sua redação com atenção (lembre-se de seguir as regras de ortografia e pontuação);
• Evitar copiar trechos dos textos motivadores.

Dica bônus: pratique com temas recorrentes no Encceja. Pegue os temas que já foram tratados em edições anteriores da prova e faça o exercício de escrever uma nova redação.

Saiba mais
Onde encontrar as provas antigas do Encceja?

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